quarta-feira, 21 de julho de 2010

Balança

Não que eu tenha desistido do blog, longe disso, mas os dias têm sido tão rotineiros que não tinha nada de novo para dizer ou postar e minha mente anda vazia, sem grandes ideias ou histórias. Esperei passar alguns dias até ter algumas coisas novas.

Vejamos, a última postagem havia sido na última terça-feira, dia 13. Desde então, fui trabalhar, voltei para o apartamento, fiquei por aqui. Saí algumas noites para jantar... enfim, a semana passou e não há muito a ser acrescentado.

De diferente, fui para um passeio nas montanhas de uma província chamada Olmué. A montanha fica em um parque nacional chamado La Campana. Depois de uma grande insistência, fui, a contra gosto, admito. Digo a contra gosto porque sei que a minha forma física não era a ideal. A noite anterior não tinha sido muito boa, porque ainda não me acostumei com a culinária daqui. Enfim, no caminho não estava me sentindo muito bem e... o jantar da noite anterior teve que ser expelido de mim.

Chegando ao parque, percebi o quanto eu me arrependeria de ter vindo. Já no início, fiquei ofegante. E seguiu assim pelos 6 km até próximo ao topo, já que o cume estava congelado e sem condição de chegar.

Valeu pela oportunidade de conhecer um lugar diferente e pela superação, mesmo que o dia posterior tenha me causado tantos transtornos físicos. Mal conseguia dobrar minha perna, nem levantar da cama. Um dia de trabalho perdido, mas, sinceramente, não sei o que estava mais perdido, o dia ou o trabalho.

Bem, de novidades, lavei roupa numa máquina de lavar, embora a camiseta usada no trekking ainda esteja cheirando suor, mas tive uma experiência nova, diferente.

Terremoto, caminhadas de 12 km, neve, vivendo sozinho... coisas novas. Agradáveis? Nem tanto...

E agora, faltam 10 dias para a minha volta... contando os minutos, segundos, milisegundos, nanosegundos. Só quero o fim disso tudo. Cansei... Quero minha vida de volta.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sem grandes novidades...

A rotina tem me deixado louco. Não escrevi ontem por falta de assunto, diante da mesmice que tem sido os meus dias. Ontem e hoje se arrastou, até que não aguentei e fui embora mais cedo hoje. Deu 16:45h e voltei. Se for para ficar na internet sem fazer nada, prefiro ficar mais a vontade, no apartamento, embora a tristeza venha com mais força.

O que tenho reparado nesses dias em que tenho estado sozinho é a capacidade do ser humano de produzir lixo. Preciso me livrar dessa sujeira, preciso lavar roupa, mas nem sei onde tem uma lavanderia por aqui. Não sei lavar roupa, mas vai ser uma experiência nova. Mais uma nesse mês de novidades.

Silêncio... Pensamentos...

De diferente, ontem, saí de noite pela primeira vez aqui com o Alex e o Cerri. Fiquei pouco tempo, pouco mais de uma hora, nada que tenha mudado muita coisa.

É... meus dias não tem sido muito emocionantes não. Espero que tenha alguma mudança para os próximos dias. Não acho que esteja me fazendo bem essa solidão. Sem inspiração, não estou escrevendo muito bem hoje. Perdoe-me, Gabi, pelas faltas de palavras, mas hoje está sendo difícil.

Te amo muito...

domingo, 11 de julho de 2010

Fim de semana do fim da semana um

Tirando o atraso, já que ontem foi um dia atípico já que passei quase todas as horas dormindo. Mas pude conhecer um pouco da região por aqui ontem. Passei pelo já conhecido restaurante Patagonia e, mais a frente, tinha uma feira de artenasato, uma mini feira hippie. Não notei muito o que estava a venda, mas, com a câmera em mãos resolvi fotografar um pouco, pensando em como a Gabi o faria. Embora não sei manusear o diafragma, consegui fazer com que as fotos ao menos saísse. Fui em direção ao cerro, uma montanha no meio da cidade.

Subido alguns degraus percebi o quanto devo voltar a fazer exercícios. A subida era bem íngreme e, embora quase senti cãimbras, mas segui em frente e consegui chegar até o pico do castillo. Uma visão muito bonita. Pensei nela... tudo parecia preto-e-branco. E quanto mais olhava ao redor, mais eu percebia que eu era o único que não tinha uma companhia. Aliás, isso tem se tornado uma constante por aqui. Em restaurantes, supermercados, metrôs, sempre vejo as pessoas acompanhadas, nunca sós.

Pois bem... o que se faz quando se chega no topo? Desce. Meio perigosa a descida e pensei como a Gabi faria. Teria que estar com tênis, as pedras eram escorregadias. Consegui chegar ao chão, são e salvo. Depois, encontrei o Miroslav, cachorrinho que mora no parque, muito simpático, embora persistia em querer morder minha mão para brincar, mas devia seguir em frente, porque estava com fome e minhas pernas já não respondiam mais. Na volta, peguei outro caminho e cruzei com um casal que me parou. Entregaram-me um poema e desandaram a falar sobre o sistema educacional universitário do Chile. Falei que era do Brasil e eles falaram que não existia uma universidade como a Unicamp ou USP. Bem informados, os chilenos. Falaram que gostam muito do Lula e perguntaram se eu tinha um dinheirinho para eles. Espertinhos. Dei 5 mil pesos mais pelo medo de alguma represália do que por vontade própria.

Dado a volta no parque, voltei à Lastarria, rua do apartamento onde estou hospedado. Parei para almoçar no Patagonia, já citado aqui e comi um belo cordeiro com lentilhas e feijão verde. Por um momento me lembrei de Esaú e Jacó. Não sei se esse prato valeria a primogenitura, mas que estava apetitoso, isso estava. Mais uma olhada a volta, um casal de chilenos conversava animadamente ao meu lado. Não prestei muita atenção ou não entendi o que falavam, depende do ponto de vista. Em outras mesas, a frente um casal de estrangeiros, provavelmente americanos, um jovem casal de namorados à minha diagonal direita pediram um prato gigante e ele a ajudava a terminar. Enfim, ninguém solitário como eu.

Perto de ir embora, já apreciando um café horrível, aparece um trio de estudantes de Concepción, epicentro do terremoto de fevereiro. Tocaram duas belas músicas típicas, muito bem executadas. Posaram para as fotos, dei alguns pesos e voltei ao apartamento.

Dormi no final da tarde e só acordei hoje no começo da tarde. Fome novamente. Tenho tentado comer o mínimo possível, porque com o frio, a fome é maior. Fui almoçar em um restaurante peruano. Comi um ensopado de cordeiro com arroz e um purê diferente. Não tão gostoso quanto do dia anterior, mas o suficiente para matar a minha fome. Era necessário ir até o supermercado encher a geladeira novamente. No Unimarc, vi duas moças furtando chocolates. Resolvi sair de perto para evitar confusões e, logo, chegou os seguranças.

De volta aqui, chove muito hoje, e o frio é maior também. Tudo para piorar a solidão que me assola neste final de semana. Amanhã é um novo dia de trabalho, sem muito o que fazer. Fim da semana 1. Três a enfrentar.

sábado, 10 de julho de 2010

Atenção! É por sua conta e risco!

Pode um desenho fazer chorar?

Pois bem, não sei qual o real motivo, mas acabei assistindo um episódio do finado Futurama. Sempre muito engraçado, por isso não desconfiei que seria tão triste, mas hoje passou um episódio lindo, tanto para amantes de animais ou não.

A história é de um cãozinho chamado Seymour, que era do Fry antes dele ser congelado por 1000 anos. Fry encontra o cachorrinho em um museu empalhado no presente e resolve cloná-lo, mas ele descobre que o Seymour viveu por mais 12 anos sem ele e então imagina que o cachorrinho já havia se esquecido, mas o que vemos é que o cãozinho sempre esperou por ele na entrada da pizzaria onde ele trabalhava.

No meu atual momento, isso foi devastador. Fiquei na dúvida se colocaria ou não o vídeo, mas decidi colocar. Você assistirá por sua conta e risco!!!


sexta-feira, 9 de julho de 2010

Lado Sombrio do Amor

Se o Rafael Bittencourt me permite, eis o que sinto nesse momento...


Palavras são sussurradas nos meus ouvidos
Silenciando as minhas lágrimas
Iluminando mais uma vez
O lado sombrio do amor

Medos transformando-se em lágrimas
Por favor não diga uma palavra
O silêncio do seu resplendor e o vazio
Vindo do seu olhar fixo são mais que o suficiente

Ano após ano
Eu vivi em um mundo de fantasia
Eu apaguei as luzes
e deitei na minha minha cama
O rosto no espelho disse que eu estava triste
Então eu decidi. Eu jurei a Deus
Um dia eu dirigiria para fora dessas sombras do amor
O lado sombrio do amor

Ano após ano
Você escreve as palavras e eu interpreto a cena
Eu acendo a luz
E saio da cama
Encaro-me no espelho mas ainda estou triste
Faço todos os meus votos e juro a Deus:
Um dia eu sairei dessas sombras do amor

Com todo o meu coração e minha fé
Espero que não seja muito tarde para uma mudança
Com todo o meu coração e minha fé
Espero que não seja muito tarde para uma mudança
Para uma mudança

Ano após ano
Eu vivi em um mundo de fantasia
Agora eu decidi
Berrar para o mundo
E abrir as janelas que levam à minha alma
Já aprendi tudo sobre mim
Que toda minha mágoa finalmente se foi

Com todo o meu coração e minha fé
Eu sei que não é muito tarde para uma mudança
Com todo o meu coração e minha fé
Eu sei que nunca é muito tarde para uma mudança
Para uma mudança

Palavras silenciando as minhas lágrimas
Iluminando mais uma vez
O lado sombrio do amor

Contendo o amargor

Dor... muita dor nesse instante. A impotência sentida nesse momento, de estar distante sem poder fazer nada é terrível. Escrevo do trabalho nesse instante e mal consigo trabalhar, embora não haja muito o que fazer por aqui. Não consigo descrever de forma palpável tudo o que estou sentindo agora, mas eu sei que ela não foi da maneira que queria ir, tranquila, sem preocupações. Passando mal? Sinto-me um inútil. Será que dei todo o apoio necessário? Será que fui capaz de trazer tranquilidade ou dar um ombro amigo nos piores momentos? Falhei com ela? Respectivamente, não, não e sim. Deveria ter dado mais suporte, mais segurança. Hoje o dia está sem cor, luto para manter a concentração, o foco, mas mal consigo esvaziar minha mente para pensar em algo mais positivo. Sinto como se estivesse lutando com a mão mais fraca, chutando a bola com o pé errado.

O final de semana vai chegando e não sei o que me espera. Sei que não deveria ficar no apartamento, mas não acho que conseguirei sair, mergulhado na minha depressão sem fim. Deveria pedir orientação ao Senhor, mas não sinto meu coração puro e aberto para isso. Vejo-me mais com o dedo em riste apontado para os céus e perguntando o porquê disso tudo. Tudo tem sido uma grande dúvida. Não consigo lutar, não consigo mudar o placar do jogo. Como estaria se ela estivesse aqui? Tudo diferente, com certeza. Na terra do terremoto, não sinto o chão, como se ele não existisse mais. O que é o meu chão? Quem é minha firmeza? Será que estou fazendo escolhas certas? Será que essa distância tem algum propósito a não ser o sofrimento. O frio só piora as coisas, a barreira da língua também.

Como será que ela está? Bem? Feliz? Com a saúde boa? Meus pensamentos são vagos e minha memória se esvai. Mal sei o dia que estou. Mal consigo completar uma frase mais longa. Hoje me perguntaram porque estou sério. Não sinto vontade de conversar, de sair da minha concha. Nunca fui expansivo, não será aqui que as coisas mudarão. Hora de mudar o esquema tático, sair de um 4-5-1 e partir para algo mais agressivo, como um 4-3-3. Colocar Deus como técnico desse time, me colocar como o volante, para girar o jogo e os anjos como defensores e meias armadores e Jesus como o atacante. Hora de virar a página. Não há como voltar atrás, o apito inicial já foi dado e o jogo está correndo, por enquanto empatando, mas eles, os adversários, estão crescendo na partida. É hora de mudar a mentalidade, não posso deixar para amanhã o que posso fazer hoje. Estou com o coração sangrando e as cicatrizes estão se abrindo. Hora de ir para cima, tentar uma jogada individual, mas sabendo quem está do meu lado, conter o nervosismo, respirar fundo e sentir a presença marcante do Espírito Santo. Mesmo sendo quem eu sou. Mesmo teimando em esquecer quem está no meu time.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Language problem solved

Dia frio! Cordilheira lotada de neve. Confesso que fiquei paralisado um pouco absorvendo o que estava vendo. Sou caipira e admito, nunca havia visto neve antes e ver toda a montanha branca foi especial. Tentei fotografar, mas não consegui balancear luz e sombra, isso é só para profissionais (leia-se Gabi). Deixarei para postar um outro dia, talvez com mais algumas tentativas acabe acertando.

Aos poucos estou me acostumando com os caminhos até o banco. Pegar o metrô não é problema algum, ainda me perco no momento da saída, mas amanhã não tem erro. Não tinha comentado antes, mas os ascensoristas aqui tem realmente uma utilidade. O elevador do banco é manual, por uma manivela ele sobe e quando chega no andar, ele volta a manivela e abre a porta.

A manhã foi entendiante, não há muito o que fazer, mas na hora do almoço resolvi conhecer um pouco as redondezas do banco. Antes, tive que trocar o cheque que o Juan Pablo me deu para 11 dias, o equivalente a 660 reais. Foi interessante, pegar uma fila de banco e cambiar el cheque. No caixa, a moça pediu a tarjeta e eu disse: Oi? Ela: Si, hoy. Bem, hoy, em espanhol é hoje. Furo total. Depois entendi que era a identidade, mas ela queria o passaporte, porque entreguei a CNH. Tentei conversar com ela e no final das contas acabou aceitando. Depois disse para colocar a firma, assinatura. Demorou, mas entendi. Dinheiro na mão, carteira quase não fechando. Não gosto de andar com tanto dinheiro na carteira.

Pois bem, continuemos. Depois do almoço fui conhecer duas grandes lojas de departamento, a Falabella e a Ripley. Achei que as coisas seriam mais baratas ou eu estou bem desinformado quanto aos preços no Brasil. Vi botas bonitas por quase 200 reais, achei muito caro, mas eram realmente muito lindas. Não vi os preços dos perfumes, mas me encheram de perfume na loja.

Enfim, era hora de voltar ao trabalho e mais tempo sem fazer nada. Hoje percebi o quanto esse povo é fanático por futebol, eles gritavam feito loucos. Acho que é o costume da seleção deles ser fraca e nunca chegar longe, então resta torcer para os outros. Escolheram a Espanha por motivos óbvios.

Era a hora de partir, até que surgiu um problema. O Jorge, que é o Gerente de Projetos estava tentando falar comigo. Ele não me entendia e eu não o entendia. Até que o Mário, o Gerente dos DBAs pergunta se eu falo inglês. Problem solved! Começamos a falar em inglês e tudo se clareou, o projeto tomará um rumo novo amanhã. Ainda bem.

Voltando ao apartamento, depois de conversar por alguns minutos com a menena, resolvi desfazer a mala e arrumar um pouco o lugar, porque estava uma zona completa. Mala desfeita, apartamento arrumado, louça lavada, banho tomado. Agora está mais aceitável, embora tenha ficado um vazio maior, não sei porquê. Neste instante, estou deitado na cama enquanto vos blogo, caro leitor. Deixo a TV ligada para dar a impressão que tem sempre alguém aqui. Tudo muito silencioso por essas bandas. Bate uma solidão a essa hora.

Hora de partir, hasta la mañana.